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Coluna DX Marcelo Toniolo

Importantes artigos para DXistas por Marcelo Toniolo

Uma introdução ao dxismo para iniciantes

O DX Clube Paulista decidiu desenvolver esta publicação para auxiliar o DX-ista iniciante ao universo do rádio, tentando mostrar os principais aspectos deste hobby.

Neste folheto o colega poderá encontrar informações sucintas e objetivas sobre alguns pontos como o que é DX-ismo, receptores, clubes, freqüências, etc.. Obviamente você somente conseguirá se aperfeiçoar no DX-ismo praticando-o, lendo livros e artigos mais detalhados sobre cada tema, se associando a um clube DX para estar sempre atualizado com as informações e, com isso, trocar idéias com colegas mais experientes.

O HOBBY DE OUVIR RÁDIO

O hobby (passatempo) de se ouvir rádio nasceu praticamente junto com as primeiras estações de rádio, no início deste século. Hoje em dia, ouvir rádio é um hobby muito conhecido e difundido em países de primeiro mundo como Estados Unidos e no continente europeu, mas o Brasil não fica muito atrás pois muita coisa importante já foi desenvolvida em prol deste hobby no nosso país.

A radiodifusão é baseada em uma estação de rádio (transmissora) que possui estúdios, equipamentos, técnicos e um aparelho chamado transmissor que se encarrega de transformar as vozes dos locutores, músicas e outros sons em ondas eletromagnéticas que são enviadas para a atmosfera através de uma antena. O rádio (receptor) é um aparelho que tem a função de receber estas ondas eletromagnéticas através de sua antena e transformá-las em sons compreensíveis ao ouvido humano.

As estações de rádio são agrupadas e classificadas de acordo com a freqüência em que transmitem. As freqüências são classificadas em grupos e estes grupos são comumente chamados por Ondas Longas, Ondas Médias, Ondas Curtas, etc... Basicamente as Ondas Médias agrupa as freqüências que estão entre 540 e 1600 kHz (lê-se Kilo Hertz) e as Ondas Curtas as freqüências entre 1600 e 30000 kHz. Às vezes, as freqüências são anunciadas em MHz (lê-se Mega Hertz) ao invés de kHz. Para converter kHz e MHz basta dividir a freqüência em kHz por 1000; exemplo: freqüência de 3200 kHz é igual à 3,2 MHz.

Provavelmente você deve ter ouvido falar em faixas como 25 metros, 31 metros, etc. Esta nomenclatura nada mais é do que segmentos de freqüências que se localizam dentro das Ondas Curtas. A fórmula para se saber a relação de uma freqüência com o seu comprimento de onda é simples; basta dividir o número 300000 pela freqüência. Ex.: a freqüência de 10000 kHz tem comprimento de onda igual a 30 metros.

Para facilitar o agrupamento das estações de rádio, a faixa de Ondas Curtas foi subdividida em vários segmentos mostrados a seguir:

          Freqüências (kHz)                Faixa (metros)

 

          2300 a 2495                                        120

          3200 a 3400                                        90

          3900 a 4000                                        75

          4750 a 5060                                        60

          5900 a 6200                                        49

          7100 a 7350                                        41

          9450 a 9900                                        31

          11600 a 12100                                    25

          13570 a 13870                                    22

          15100 a 15800                                    19

          17480 a 17900                                    16

          18900 a 19020                                    15

          21450 a 21750                                    13

          25600 a 26100                                    11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As estações de radiodifusão são oficialmente alocadas dentre destes segmentos de faixa, mas há algumas exceções, pois diversas estações passaram a transmitir “fora de faixa” desde há alguns anos. As freqüências fora destes segmentos são reservadas para serviços de comunicação aérea, marítima, telegrafia, etc..

Observação - O segmento de 2300 a 5900 kHz é conhecido como Ondas Tropicais pois é utilizada por estações de rádio que se situam dentro da faixa tropical do globo terrestre (entre os trópicos de Capricórnio e Câncer). A exceção é a faixa de 75 metros (3900 a 4000 kHz) que é ocupada por emissoras de diversas partes do mundo, dentro e fora dos trópicos.

CLASSIFICAÇÃO DAS EMISSORAS DE RÁDIO E DE SEUS OUVINTES POR INTERESSE

As estações de rádio, sejam em Ondas Médias ou Curtas podem ser classificadas de acordo com o tipo de transmissão, programas e audiência que deseja ter. Estes são basicamente os tipos de emissoras existentes:

Emissoras regionais - transmitem para um público dirigido de uma certa região e portanto possuem potência baixa. Não tem o menor interesse de atingir regiões distantes, tampouco outros países. A faixa de transmissão escolhida é a Onda Média ou Onda Tropical.

Emissoras nacionais - são estações que operam, normalmente, em faixas de Ondas Médias para uma abrangência regional, mas também possuem uma ou mais freqüências em Ondas Curtas para atingir regiões distantes e até mesmo outros países para que imigrantes possam sintonizá-la. A programação nas faixas de Ondas Curtas é a mesma das Ondas Médias.

Emissoras internacionais - são estações que operam exclusivamente em Ondas Curtas, em raras exceções em Ondas Médias, com o intuito principal de enviar sinais a longas distâncias. Estas emissoras muitas vezes possuem um departamento jornalístico aonde trabalham jornalistas de diversas partes do mundo que produzem programas em seus próprios idiomas. Algumas destas estações chegam a transmitir em até 60 idiomas diferentes que são levados ao ar em horários e freqüências pré-determinados. Dentro desta classificação de emissoras existem as de cunho jornalístico (se preocupam mais em fazer um bom noticiário), as de cunho político (estão interessadas em favorecer um determinado governo ou linha política) e as de cunho religioso (transmitem quase que exclusivamente programas religiosos de acordo com as suas convicções religiosas).

Os ouvintes destas emissoras também podem ser classificados de acordo com o interesse de cada um. O fato de uma pessoa se interessar por um tipo de escuta não a torna melhor ou pior em relação aos outros.

Ouvintes de Ondas Curtas - se interessam normalmente por escutar as emissoras de Ondas Curtas internacionais em um idioma compreensível e apreciam seus programas como boletins de notícias, esportes, músicas, correio dos ouvintes, ciência, etc.. Costumam escrever às estações e receber suas publicações como mapas, revistas, cartões postais, etc..

Ouvintes de Programas - se interessam somente por um determinado tipo de programa (religioso, científico ou boletim de notícias) não se importando muito com a localização da estação. Não costumam escrever às estações.

Rádio Monitor - é o ouvinte de Ondas Curtas especializado em ouvir somente uma ou algumas emissoras. O Rádio Monitor permanece sempre na escuta e informa regularmente a estação sobre a qualidade das transmissões, sugere mudanças de horários, freqüências e opina sobre o conteúdo dos programas. É uma pessoa de confiança da estação e por isso recebe regularmente alguns brindes como camisetas, canetas, bonés, livros, etc..

DX-ista - este grupo de pessoas não se preocupa em ouvir os programas das emissoras  internacionais. Estão mais interessados no lado técnico da recepção, funcionamento do receptor, propagação, construção de antenas. Normalmente está sempre em busca de emissoras de longa distância e de baixa potência (emissoras regionais ou nacionais) e costumam escrever a estas estações com o intuito de receber uma confirmação de escuta (chamada de QSL) bem como postais, flâmulas, adesivos, etc.. A sigla DX vêm do inglês: D- Distância e X- Incógnita.

EQUIPAMENTOS NECESSÁRIO PARA SE OUVIR ONDAS CURTAS

Obviamente o principal elemento para se ouvir não somente as Ondas Curtas, mas qualquer outro tipo de estação em qualquer faixa, é o receptor. O receptor pode ser classificado em alguns grupos, dependendo de seu grau de sofisticação ou características, o que influencia diretamente em seus preços. Estes são os principais grupos:

Receptores portáteis e pouco sofisticados - são receptores de funcionamento simples que são aptos a captarem somente as estações de maior potência. Não tem boa seletividade (habilidade em separar duas estações transmitindo em freqüências muito próximas) e custam barato, entre US$ 20 e US$ 100.

Receptores portáteis sofisticados - são receptores que, além de serem portáteis, podem apresentar diversos recursos para melhorar a recepção. A seletividade é melhorada, normalmente têm leitura digital, memórias, despertador automático, etc. Os preços podem variar de US$ 100 a US$ 300, dependendo do modelo, marca e recursos adicionais.

Receptores de comunicação - são receptores muito sofisticados que permitem uma ótima recepção em qualquer banda., Seus circuitos são aperfeiçoados, sua seletividade muito boa e tem outros inúmeros recursos importantes para o DX-ista experiente. Seus preços podem variar de US$ 300 a US$ 1000, dependendo do modelo e grau de sofisticação

Receptores “surplus” - são receptores antigos, normalmente valvulados, que ainda podem ser encontrados no mercado. Alguns destes equipamentos, se bem conservados, podem render ótimas captações em Ondas Curtas ou Médias pois apresentam ótima sensibilidade, seletividade, mas a desvantagem é a falta de estabilidade que só é conseguida com circuitos transistorizados. Os preços podem variar dependendo do modelo, marca e estado de conservação, mas deve estar entre US$ 50 a não mais do que US$ 300.

O colega deve adquirir um receptor que esteja à altura de suas pretensões no hobby e do dinheiro disponível. O ideal para um rádio escuta iniciante é a aquisição de um receptor analógico (de ponteiro, não digital) e bem simples e ao se aperfeiçoar no hobby adquiri um modelo mais sofisticado. Um modelo de comunicações não é recomendável para um iniciante pois poderá frustrá-lo com tantos recursos sem que se tenha conhecimento e experiência suficiente para operá-la.

Outros elementos importantes para formar um “posto de escuta”, chamado de “shack” na língua inglesa, devem ser:

¨      Antena - uma boa antena instalada fora da residência deve ser escolhida. Na impossibilidade de se estender uma antena fora da residência (apartamento) existem algumas idéias apresentadas no livreto “Antenas para DX-istas” editado pelo DX Clube Paulista, bastando escrever à coordenação do clube solicitando-o.

 ¨      Gravador - um gravador é um elemento de muita necessidade, principalmente para os DX-istas, para gravarem as identificações de emissoras e repeti-las quantas vezes for necessário até compreender sua identificação.

 ¨      Caderno de Log’s - sempre é necessário um caderno de Log’s para anotar as suas captações, fazendo assim um histórico de suas atividades junto ao rádio e também para remetê-los a clubes DX-istas para posterior publicação.

 ¨      WRTH - O WRTH é a chamada “bíblia do DX-ista”. O nome é uma abreviação de World Radio TV Handbook (Manual Mundial de Rádio e TV), publicado na Europa, e contém todas as freqüências de rádio e TV do mundo, bem como informações adicionais como tipos de programação, potência dos transmissores, endereços, nome dos diretores da emissora. É um livro de muita importância para qualquer pessoa que monitora Ondas Curtas. Custa US$ 19.95 nos Estados Unidos e pode ser encomendando via correios ou comprado em lojas especializadas no Brasil.

COMO E QUANDO OUVIR RÁDIO

Existe um fenômeno chamado propagação que é a facilidade com que as ondas de rádio trafegam desde o transmissor até o receptor. O Sol é o elemento chave que possibilita a propagação de um sinal de rádio transmitido em uma determinada freqüência ser recebido em uma localidade distante ou não.

Basicamente esta são as características de cada faixa:

Onda Médias - Durante o dia (entre 6 e 18 horas) somente é possível ouvir estações de curta distância (no máximo 100 km). Ao cair a noite é possível presenciar um fenômeno interessante que é a substituição das estações de curta distância pelas estações de longa distância. Aproximadamente 2 horas após o por do Sol a situação está normalizada e é possível fazer escutas de estações de milhares de quilômetros de distância.

Ondas Tropicais - Durante o dia é possível ouvir estações de algumas centenas de quilômetros de distância (200 a 300 km), mas ao cair da noite  começam aparecer as estações de mais longe. Os melhores DX são feitos em horários próximos ao nascer e pôr do Sol quando é possível ouvir estações do outro lado do mundo.

Ondas Curtas de 49 e 40 metros - Durante o dia é possível ouvir estações de centenas de quilômetros de distância (aproximadamente 500 km), mas ao cair da tarde já é possível ouvir estações de mais longe. As faixas começam a se fechar para o DX aproximadamente 2 horas após o nascer do Sol.

Ondas Curtas de 31 e 25 metros - É possível fazer bons DX nestas faixas durante todo o dia e noite. Estas faixas começam a se fechar aproximadamente após 4 horas do nascer do Sol e se abrem logo à tarde, aproximadamente 3 horas antes do pôr do Sol. Durante o dia é possível captar estações de alguns milhares de quilômetros (cerce de 5000 km). 

Ondas Curtas de 22 e 19 metros - Permanece quase sempre aberta, mas entre 11 e 17 horas somente estações de alta potência podem ser ouvidas. Logo pela manhã e à noite fica aberta para DX.

Ondas Curtas de 16, 13 e 11 metros - Permanecem sempre abertas e são as que mais são afetadas pelos ciclos de manchas solares que ocorrem a cada 11 anos. A última alta do ciclo ocorreu em 1989 e a próxima alta será no ano 2000. Durante os períodos de baixa de manchas solares (entre 1993 e 1996) poucas estações utilizam estas faixas e somente algumas poucas estações de alta potência são ouvidas durante o dia. À noite é quase impossível sintonizar alguma estação de potência média ou baixa.

O QUE O RÁDIO ESCUTA INICIANTE SEMPRE DEVE FAZER 

·      permanecer lendo livros, artigos, revistas sobre DX-ismo buscando conhecer mais o hobby.

·      manter contato com colegas mais experientes e não ter receio de fazer perguntas “bobas”.

·      estar associado a um clube, pois o rádio escuta solitário está fadado ao fracasso.

·      participar de palestras, encontros e reuniões sempre que for possível.

  

* reproduzido na íntegra

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